sexta-feira, 9 de novembro de 2018




O Divino nos presenteia dia a dia com o milagre da vida, mas perdemos muito do nosso curto e precioso tempo nos preocupando com o que é desimportante, fingindo ser. Tudo nos tira a paciência: o trabalho, o trânsito, as contas (muitas fruto do nosso desenfreado consumismo), os atrasos, nossos e dos outros, as crianças gritando, os idosos com seus passos lentos nos atravancando o caminho. Enquanto somos condescendentes conosco, cada um consigo mesmo, nossa tolerância com o outro é quase zero.Temos tanta pressa. E para quê? Aonde pretendemos chegar? Tornamo-nos cegos e surdos precocemente. Não cultivamos o nosso paladar, não aprendemos a apreciar, a tocar, a sentir. Seguimos nos desumanizando. Vamos nos entocando em nossas cavernas, sempre com medo... de amar, de errar, de sofrer, de viver. Vivemos com um medo imenso dos monstros que nos habitam, do que há de mais escuro, lamacento e terrível em nós. Temos tanto medo do olhar do outro, de que nos vejam as imperfeições, como se as enxergando não nos pudessem amar. Seguimos assim, afastando-nos de nossas essências, esquecendo-nos de nossos antigos, íntimos e profundos sonhos. Seguimos assim, rumo a não sei onde.


Luciana Gomes

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