segunda-feira, 5 de março de 2012

Quando você me veio, eu não era nada mais que medo, me encontrava anestesiada. A alegria há muito se despedira de mim e o único desejo que restara era o de que a Morte me buscasse breve e me fosse leve a terra para cobrir o corpo.
Minha alma havia se afastado para que, de alguma forma, minha sanidade fosse preservada. Eu estava doente e só. Verdadeiramente mergulhada em solidão, pois não tinha nem mesmo a mim por companhia.
Você chegou. Não como o cavaleiro andante para salvar a donzela. Você chegou como o Sol em filetes de luz a transpassar as nuvens negras, trazendo-me a esperança de que a tempestade fosse passar.
Você não me trouxe a felicidade, pois ela, apesar de escondida e quase esquecida, habitava o meu coração. Mas aqueceu os meus sombrios dias de inverno, me trouxe poesia, cores, flores, encantamento, urgência por viver.
Me agigantei. Ficou difícil caber neste pequeno invólucro a que chamam de corpo.
Por você me habitar, portas e janelas foram abertas. Meu olhos e sorriso voltaram a cintilar. Inundada de sensações, sentimentos todos, fui sendo apenas, fui me resgatando das profundezas.
Eu era luz!
Quando você chegou, as palavras vestiram outros sentidos e as definições do dicionário não comportaram o que despertara em mim.
Não houve promessas. E, por isso, te amei ainda mais.

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